Embu das Artes: 27 de Julho de 2014, 17:36hs
Bom por onde
começo...., já sei, à três noites atrás eu acabei com a existência de um
vampiro, um guardião por assim dizer, pela primeira vez desde que eu comecei a
caçar, tive remorso em matar um vampiro, mas o importante não é isso, as
informações que ele me passou sim, e o principal delas era a localização de 3
vampiros anciões, esperando para virarem churrasco, parece que eu ganhei na loteria
dos caçadores de dentuços, né?
Errado!!!! É como
dizem: “- Estou avisando capitão, ISSO VAÍ DAR MERDA!” e hoje tem grandes
chances de eu morrer.
Mas dane-se,
alguém precisa fazer o serviço, pois logo, logo esses merdas vão acordar com
fome, e irão chamar o seu empregadinho e adivinhem..., o desgraçado virou
carvão alguns dias atrás, então eles vão sair, começar caçar e matar as
pessoas, em resumo, o trampo precisa ser feito e tem de ser feito hoje!
Mantenho o
refugio dos vampiros sob vigilância, durante a noite, e durante o dia deixo uma
câmera ligada diretamente ao meu celular, com isso, consigo sair para comprar
as coisas que vou precisar para executar o meu plano, coisinhas simples,
gasolina, componentes eletrônicos, aproveito passo na igreja, faço as minhas orações
como todo bom católico, pego água benta, e outras coisas, depois corro para o
mercado compro umas cervejas, charutos, e uma garrafa do melhor whisky que eu
possa pagar, afinal se eu morrer hoje, que seja em grande estilo, se eu
sobreviver. Bem..., vou ter alguma coisa com o que comemorar.
13:40hs, Volto
para casa, faço um belo almoço, aproveito cada segundo, escuto os meus Cd’s
favoritos, rancind, bad religion, pantera, só coisa pesada, coisas que lembravam
a minha adolescência, tudo isso regado a cerveja e whisky, me permito sorrir um
pouco, relaxar, pois faz uns bons anos que eu não me divertia tanto, tento
esquecer um pouco o que sou e o que faço.
Bom são 15:00hs,
acendo um charuto, sento e revejo os planos, a merda é que durante o dia eu não
consigo entrar no refugio sem chamar a atenção das pessoas, pois a porcaria da
rua é movimentada, mas a noite depois das 19:00hs é vazia, mesma hora que os
lazarentos acordam, o que torna o trampo bem mais difícil e perigoso, mas não
vai ter jeito, tem de ser esse horário mesmo.
Pego algumas
garrafas vazias de cerveja encho com gasolina e preparo coquetéis molotov,
monto alguns dispositivos eletrônicos, e os amarro em algumas bananas de dinamite
que eu consegui comprar de uns manos que conhecem outros manos das quebrada,
bom vocês..., me entenderam, faço também alguns frascos com água benta, separo
as estacas e recarrego as armas de fogo, afio e abençoo uma faca, deixo tudo separado
e funcionando.
16.00hs,
carrego o carro com as coisas, e me permito um pequeno cochilo, talvez o
ultimo!
17:25hs,
acordo assustado, corro para a câmera, volto o vídeo um pouco para ver se teve
movimentação na casa, graças a deus nada, ligo o meu notebook, posto parte do
que estou escrevendo, acrescento alguns anexos, em um site de histórias de
vampiros, falando do local ondes os filhos da puta estão.
Bom se eles
me derrubarem hoje, amanhã essa merda vai estar forrada de caçadores tentando
terminar o serviço, já vai ter valido a pena e se eu der sorte dessa informação
chegar aos ouvidos certos, eu mato dois coelhos com uma cajadada só!
Você deve
estar se perguntando por que esse imbecil não pediu ajuda de outros caçadores?
A resposta é
simples, existem muitos caçadores, é verdade, mas a grande maioria morre cedo
por serem burros, ou por serem malucos e psicopatas, são poucos os que se
destacam que vivem mais que dois anos nessa profissão, eu mesmo estou ha dez
anos nisso e sou considerado um dos melhores, além de mim só existem mais
quatro caçadores com o mesmo status, sendo que dois estão na Europa, um nos
Estados Unidos e outro na Ásia.
Bem...,
olhando as probabilidades, os caras fodões estão longe, e como não quero ter na
consciência a morte desses imbecis, muito menos confiar a minha vida a um
psicopata maluco, acho que a melhor opção é trabalhar sozinho mesmo.
18:00hs: Está
começando a escurecer, começo a fazer os últimos preparativos, visto uma calça
jeans, camiseta preta, coldre na perna e em volta do peitoral, coloco as armas
menores, uns 3 frascos de água benta, minha faca que me salvou da ultima vez, e
outras coisinhas menores que eu descolei na igreja.
Ajoelho de
frente ao sofá, pego a foto da minha família e rezo, peço a minha mulher que me
de força, e a minha filha que me proteja, lembro que ela faria 11 anos nas
próximas semanas, se eu sair dessa inteiro prometo ir visitar o seu tumulo,
choro, guardo a foto na jaqueta, levanto e dou um ultimo trago na garrafa de
whisky, pego as coisas necessárias para entrar na casa e saio.
19:00hs, Hora
do show!
Desço as
escadas do prédio, para não encontrar ninguém no elevador, entro no carro dou
uma ultima olhada nas imagens da câmera no apartamento, sem movimentação,
ótimo, então me dirijo para o refugio dos vampiros e coloco o carro em frente
ao portão e faço os procedimentos para abrir, não vou descrever aqui, por que é
muito nojento, e o meu congelador ainda está fedendo por causa disso.
Depois de
abrir o portão entro com o carro e estaciono no jardim da residência, é um casarão
antigo, térrea, em estilo colonial, pintada de branco meio desbotada pelo
tempo, com detalhes em preto, mas com um belo gramado e algumas arvores
espalhadas pelo terreno, e vigiada por diversas câmeras pelo terreno inteiro,
nota mental, achar a sala de segurança e acabar com as fitas de segurança.
Abro o porta mala
do meu carro e retiro a mala cheia de coisas que preciso, e instalo as
dinamites nas principais pilastras da parte externa da casa, a principio não
deixo nada programado, mas deixo tudo engatilhado caso precise derrubar a casa
em cima desses vampiros.
Depois disso
vou até a entrada principal da casa, e sigo as instruções de Fausto o vampiro
que eu matei na outra noite, uso seu olho e a mão nos leitores biométricos da
porta, ela se destranca e abre com uma suavidade impressionante.
Entro com
armas em punho, e fico maravilhado com o local, o decorador fez um trabalho
impressionante, uma grande sala retangular com dois corredores em suas pontas e
duas escadas laterais que davam a um segundo ambiente, que levam a uma grande
estante cheia de livros, que cobria toda a extensão das paredes, dando a
impressão de ser uma grande biblioteca.
Os móveis
seguiam o mesmo padrão colonial do casarão, não duvidaria se alguns deles não
fossem móveis de época, em resumo a casa parecia uma grande biblioteca do Brasil
império, pena que eu vou ter de queimar a casa depois.
Foco
novamente no trabalho e vou até a cozinha, sigo até uma porta que fica ao fundo
do cômodo, abro e encontro uma escada que desce, sinto um cheiro forte de
putrefação, ligo o interruptor da luz, e começo a descer as escadas bem lentamente,
a cada passo que dou sinto cada vez mais forte o cheiro de morte, então pego um
lenço no bolso e coloco sobre o nariz e boca para ver se diminui um pouco o
cheiro forte do local, mas o que eu vi quase me fez vomitar.
Dois corpos
secos e em estado avançado de putrefação pendurados por correntes e ganchos,
como se fossem gado recém abatidos, e em baixo dos corpos dois sarcófagos,
provavelmente os corpos eram cortados para sangrar e depois pendurados para
alimentar os desgraçados, dei uma olhada em volta e achei mais um sarcófago e
em outro canto mais alguns corpos jogados.
Pego a minha
mala e tiro um pé de cabra, abro o primeiro sarcófago, e estranhamente encontro
um corpo que parece ser de uma mulher em estado de mumificação e com uma estaca
de madeira enfiada no peito, Tiro da minha bolsa uma garrafa com gasolina e
espalho pelo corpo da vampira e depois coloco fogo, a cena não é muito
agradável, dá até para ouvir alguns gemidos vindo do corpo e os estralo dos
ossos enquanto queima.
Ah se todos
os vampiros estivessem assim quando a gente os encontra, meu trampo seria
bemmmmm mais fácil!!!!!
Foco
novamente no trabalho, e abro o segundo caixão outro corpo só que dessa vez de
um homem, e sem estaca, mas também em estado de mumificação, só que esse corpo
tem um pouco de consciência e emite algumas palavras em um tom bem baixinho e
esganiçado, com um sotaque italiano, quase um sussurro:
- Sangue
Fausto, sangue....., tenho fome!
Não dou muita
atenção, pego outra estaca e enfio com tudo no coração do vampiro, e uso o
restante da gasolina no corpo e ateio fogo, e vejo o desgraçado queimando por
alguns minutos, e penso:
- Droga, tá
fácil de mais, tem alguma coisa errada!
Vou para o
terceiro caixão, abro, e nada de vampiro dentro, merda, será que esse porra
saiu para caçar e eu falhei no monitoramento, não..., não pode ser, eu não
daria um vacilo desses, eu teria visto, a não ser que....
- Filho da
puta! Pego a minha mala, e com armas em punho volto a subir as escadas.
Quando volto
para a cozinha meus temores se confirmam, tem um homem de idade aproximada de
uns 45 anos, pele branca como mármore, olhos azuis congelantes, muito bem
vestido com um terno italiano risca de giz, feito sob medida, cabelo engomado e
preso em um rabo de cavalo, o conjunto inteiro me fez sentir extremamente
apavorado.
Ele estava
mexendo na geladeira pegando o que parecia ser alguns pedaços de carne e
colocando na pia, e na mesma pia vejo alguns utensílios de cozinha separados
como se alguém fosse cozinhar, noto também o que parece ser uma bolsa de
sangue, ao me ver subindo as escadas o homem diz:
- Então o
senhor é o homem que matou nosso serviçal, e pelo que vejo também acabou com os
meus colegas, não é?
Respondo:
- Vire-se bem
de vagar, com as mãos para o alto, sem gracinhas por que se não eu vou atirar
em você!
Ignorando a
minha resposta ele vira a cabeça, olha para mim e diz:
- Aproposito,
meu nome é Júlio, Júlio Zartos ao seu dispor, vou preparar um prato especial
para você, coração com cogumelos no vinho tinto do porto, é uma receita bem
antiga que eu aprendi em Portugal, logicamente com algumas modificações.
- Vamos
sente-se caçador, admiro a sua coragem, não vou mentir que estou agradecido pelo
que você fez com aqueles dois lá embaixo, eles estavam se tornando um estorvo
para mim, presumo que.........
Bang, bang,
bang. Dou três tiros, droga..., estou agindo como um amador, o que está acontecendo
comigo, que temor é esse, é a primeira vez que eu sinto isso, e ajo dessa
forma.
Mas não tenho
muito tempo para pensar, pois só vi um borrão preto passando, não tive nem
tempo para atirar, pois senti apenas uma mão forte me pegando pelo pescoço,
erguendo e me prendendo com tudo na parede, o que me fez quase perder a
consciência, dado o tamanho do impacto.
Quando consigo tomar um pouco de folego, me
deparo com Júlio olhando diretamente nos meus olhos, só que dessa vez seus
olhos que eram azuis, estavam rubros de ódio e raiva e seus caninos estavam
totalmente protuberantes, o cheiro parecia ao de uma fera predadora prestes a
matar sua vitima.
Ele olha
diretamente para mim e diz:
- Isso doí
muito caçadorzinho, mas esse tipo de coisa não vai fazer nenhum efeito permanente
em mim!
- AGORA EU
QUERO OS NOMES DE TODOS OS SEUS CONTATOS NO BRASIL, COMO VOCÊ CONSEGUE AS
INFORMAÇÕES SOBRE OS VAMPIROS, QUEM TE FINANCIA, QUEM TE AUXILIA, EU QUERO
TUDO!!!!
Graças a
Deus, com esses gritos escandalosos ganho alguns segundos preciosos para recuperar
folego antes de voltar para a luta. Penso muito rápido, e lembro que tinha um
pequeno frasco que estava cheia de água benta que eu coloquei no meu cinto,
rezo para que não tenha quebrado com o impacto.
Começo a
mexer desesperadamente no meu cinto procurando o tal do frasquinho que poderia
me dar alguns segundos preciosos para recuperar o folego e ganhar tempo para
que eu possa pensar em uma forma de deter esse filho da puta!
Ao
encontra-lo, pego desesperadamente e bato com tudo no lado direito do rosto do
maldito, sinto um imenso alivio ao ser solto pois já estava começando a ver
estrelinhas, mas não tenho muito tempo para comemorar tenho de pensar rápido, e
agir mais rápido ainda, portanto pego o que estiver mais próximo uma estaca e
um revolver, que estavam na minha jaqueta, mas quando vou tentar apontar a arma
para o vampiro, só sinto um empurrão muito forte e bato com tudo novamente na
parede, sinto alguns ossos se quebrando com o impacto.
Perco um
pouco a consciência e vejo o mundo girar, mas não tenho muito tempo para tentar
me recuperar, pois o maldito me levanta e me dá um soco com toda a sua força no
meu estomago, perco novamente o folego, ele levanta o meu rosto e olha bem nos
meus olhos, vejo o lado direito da cara do filho da puta todo queimado, dou um
grande sorriso de sarcasmo, ao ver isso ele me dá um tapa bem forte no rosto, e
diz:
- Se eu
quisesse você morto caçador, eu já o teria feito, mas eu quero você vivo, e
útil, portanto está na hora de você DORMIR!!!!
E com isso ele
me dá um forte soco no rosto, e vejo tudo escurecendo até perder completamente
a consciência!!!
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
4 comentários:
Muito bom ... Perfect :3 <3 *-*
E ??? e eu ???...acabou ???
E ?? e eu ???
Mt boas as suas histórias!
Aguardando continuação...
Postar um comentário