Cain e
herdeiros de Drácula, consta que se alimentam do sangue dos incautos, que
dormem em caixões e que voam pelas sombras da noite como caçadores em busca da
sua presa.
Vampiros. Entidades mistificadas, associadas ao noturno, ao
obscuro, ao lado mais mórbido da vida. Ou será da morte? Descendentes de
Quanto de todas essas lendas contadas ao anoitecer é verdade
e quanto é fruto da imaginação? Eu devo saber, já que sou um deles.
Se me permitem, vou começar com uma confissão. Aborrece-me
essa ideia de que os vampiros são pérfidos indivíduos de caninos perfurantes e
que podem ser eliminados com algo tão simples como uma estaca cravada no
coração. Será precisa tão pouca imaginação para acabar com a vida de um
imortal? Não creio…
Deixem-me que vos diga. Ser um vampiro é muito diferente do
que dizem os velhos mitos. E, contudo, não tão diferente como isso. Temos as
nossas semelhanças, é verdade, com o quadro que pintam das nossas pessoas, mas…
de uma forma um tanto afastada do que imaginaram os criadores de lendas.
Chamo-me Hayden Bellowes e estou aqui para vos elucidar.
Tomem-me por exemplo da raça dos vampiros… Não sou um conde, ou um príncipe.
Não tenho, aliás, qualquer espécie de título de nobreza.
Isso faz de mim menos
vampiro? Será que se querem aproximar o suficiente para descobrir. Não durmo
num caixão, mas numa cama confortável e os meus caninos são aparentemente tão
normais como os de qualquer humano. Se houver alguém corajoso o suficiente para
tentar, até pode arriscar-se a cravar uma estaca no meu coração. Não sei se
viverá o suficiente para ver os resultados, mas o facto é que não serei eu a
desfazer-me numa nuvem de fogo.
Mitos
à parte, caríssimos leitores… A minha espécie não é a monstruosidade que os
romancistas inventaram, mas não é isso que nos torna menos perigosos.
Aventurem-se a aproximar-se, se quiserem, mas deixem em casa o crucifixo, o
alho e a estaca. São completamente inúteis.
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Autora: Carla Ribeiro
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