Acho que um dos sonhos mais antigos do homem é ser sempre jovem e bonito e viver para sempre. Todos sabemos que isso tem um preço, normalmente em dinheiro, mas as vezes, isso pode custar mais do que isso, pode nos custar nossa paz.
Quando falam para mim em vender a alma ao diabo eu não acredito, pois não acredito em demônios, apenas espíritos mal intencionados. Mas podemos entregar a nossa paz de espírito e nossa felicidade ao conseguirmos algo que muito desejamos.
Eu sou paulista, morava em São Bernardo do Campo, agora moro no interior do Rio Grande do Sul. Tive o tipo de vida de um jovem que vivia buscando achar chifre em cabeça de cavalo, brincava em cemitérios, fazia o jogo do copo, provocava espíritos, etc...
. No final me tornei um para-raio-de-zica (sei que a gíria é meio antiga mas significa pessoa em que tudo pode acontecer de errado). Comecei a presenciar fatos muito estranhos e muitas coisas me aconteceram desde então. Mas contar todos esses relatos apenas me faria perder tempo e levaria semanas para poder contá-los e catalogá-los. Dentre todos isso resolvi me ater a este relato, apenas um momento.
Na época em que tudo começou eu tinha 22 anos e havia acabado de me separar de minha ex-esposa, andava numa depressão terrível, para minha sorte tinha conseguido um grande amigo e irmão, cujo o nome real omitirei e passarei a chamá-lo Harley. O Harley era um tipo meio doido, meio gótico, meio cyberpunk, ou seja alguém muito divertido. Seu assunto predileto era vampiros, lia e assistia tudo o que havia sobre eles. Eu dava risada de suas idéias, afinal como ex-casado e pai havia amadurecido (mais ou menos) e já nem tinha muita conta de minhas idéias de juventude, mas me via no Harley que na época tinha 18 anos, riamos muito. A mãe dele era uma pessoa excepcional, quando ela sabia que eu ia para a casa deles ela sempre preparava algo que eu gostava, strogonoff, pizza, arroz de forno e outras coisas deliciosas. O pai era um carrasco que não valia nada, depois que se aposentara virará uma ameba grudada no sofá, nem vou perder tempo falando dele. A irmã, uma pentelha de treze anos adorável, adorava ela, era uma gracinha também, ela e o Harley viviam brigando mas se adoravam, hoje ela é casada e tem uma filhinha.
Porque escrevi isso tudo? Queria que vocês vissem que era uma família como qualquer outra, sem grandes problemas, viviam abastadamente com a aposentadoria do pai do Harley. Mas dentro da cabeça dele, isso era mais um motivo de fuga, como muitos adolescentes de família abastada. Então ele queria ser algo diferente. Por isso que ele gostava de vampiros, pois ele achava que vampiros podiam ser tudo o que quisessem.
Tudo começou numa bela noite, estava me preparando para ir pra casa quando o Harley apareceu no serviço, com um baita sorriso no rosto indicando que algo muito interessante tinha acontecido. Já estava acostumado com isso. Ele me chamou para jantarmos fora e conversarmos. Fomos andando para o restaurante e ele quis começar a me contar, eu parei ele e falei para me contar após a janta, assim ele teria tempo para relaxar e contar com mais detalhes. Como librianos nós somos 8 ou 80 se contamos de momento não contamos quase nada mas se contamos com calma somos extremamente detalhistas. Então, num bom restaurante italiano, jantamos, tomamos vinho, contamos algumas piadas para descontrair e voltamos para meu apartamento. A noite estava agradável, como morava no térreo eu tinha direito a um quintal no fundo do meu apê, saímos para fora e eu acendi um cigarro. Só saí para fora pois minha irmã que morava comigo na época odiava o cheiro de cigarros, a nojenta fumava mas só escondida. Ficamos ali sentados em cadeiras de praia, tomamos umas cervejas, enquanto isso Harley começou a me contar o ocorrido.
H- Tio, - era assim que nós nos chamávamos quando queríamos atenção - aconteceu uma coisa essa madrugada comigo. Você não vai acreditar. Eu conheci um vampiro!
Conhecendo os devaneios do Harley eu já imaginei que vinha merda ou mais uma de suas histórias absurdas. Ele era fissurado em vampiros, tinha comprado tudo quanto era revista, livro, cards, rpgs e o caramba a quatro. Vivia tentando uma forma de contatar eles. Pra mim eu dizia que ele estava era perdendo tempo, que vampiros era tudo besteira. O quanto eu me enganei...
E- Tá bom, era homem ou mulher?
H- Homem...
E- Hiiii tio, agora tá apelando até para macho?
H- Cara, não tô brincando!
E- Sei...
H- Sério mesmo... Você precisava ver - nesse momento senti que ele dizia a verdade, a cara dele ficou parecendo um pimentão de tão nervoso - O cara apareceu no meu apartamento e falou comigo, disse que voltaria hoje a noite. Cara não sei o que fazer...
E- O que ele falou?
H- Ele disse que eu tinha algo que ele e outros queriam...
E- Nossa você tem tanto sangue assim?
H- Não brinca tio, ele disse que precisava do meu sangue, mas não para se alimentar.
E- E ele levou algum sangue seu?
H- Não, ele parece ter escutado algo, disse que voltaria hoje a noite e se mandou...
E- E como ele apareceu no seu quarto, névoa, aparição, teletransporte?
H- Ele pulou...
E- Como assim?
H- Ele pulou até minha janela!
Fiquei seriamente intrigado pois o Harley morava no quarto andar de um pequeno conjunto de edificações baixas, um condomínio fechado, com muros altos, segurança, porteiro, etc. ...
E- Ele simplesmente pulou, não voou pela janela ou algo assim?
H- Isso, ele pulou, acho que não sabe voar. Cara foi incrível! Na hora que ele foi embora ele pulou da minha janela, correu pelo pátio parecendo um jato e pulou o muro do condomínio sem por as mãos! Tio foi demais!
E- E como ele era?
H- Bem para dizer a verdade eu não lembro direito, lembro que era alto, cabelos castanhos curtos, magro, sei lá o que mais, pareceu normal para mim.
E- Pense um pouco, boca, cor dos olhos, algo mais que possa identificar ele.
H- Sei lá, quando vi ele no meu quarto fiquei tão nervoso que nem lembrei de olhar direito para ele.
E- Que tipo de roupa ele estava?
H- Um sobretudo jeans parecido com o seu (na época eu tinha um sobretudo jeans preto lindaço), uma blusa gola alta, calça jeans azul marinho.
E- Não vinha com uma capa vermelha, fraque, nada disso?
H- Para com isso tio, eu não estou brincando - de novo ele ficando vermelho.
E- Tá bom, eu parei, mas me diz o que mais ele te disse?
H- Foi só isso...
E- Só?
H- É só...
E- Você disse que ele volta hoje...
H- Isso.
E- E o que nós estamos fazendo aqui?
H- Ele só vem mais tarde, ele disse que tem muitos afazeres, não pode me encontrar muito cedo.
E- Isso você não tinha me dito...
H- Esqueci...
Com isso pedi para ele para encerrarmos esse assunto pois tinha escutado minha irmã chegar da rua. Ela trabalhava no fórum criminal, mas sempre dava uma esticadinha com o pessoal do serviço as sextas, mesmo sendo uma sexta ela estranhamente tinha voltado mais cedo. Eram 0 horas, ela chegou, saiu pro quintal, reclamou das cinzas de cigarro e disse que se eu tivesse fumado dentro de casa a gente ia brigar, blá, blá, blá, nos cumprimentou e foi para o quarto, depois fiquei sabendo que ela tinha brigado com o namorado, mas isso não vem ao caso. Eu e o Harley ficamos trocando mais umas idéias sobre informática. Eu sou um clippeiro das antigas, antes de começar a compilar meus programas com o Summer 87 já fazia meus códigos com o dBase e as vezes eu e o Harley trocávamos idéias sobre programas, linguagens, mas principalmente nossas guerrinhas de Deathmatch com o Doom. Eu tinha um raro 486dlc Intel (RapidCAD) com co-processador Weitek (por isso era raro, até segundo a Bíblia dos Programadores o processador Rapidcad não existiu, mas um dia ainda vou num cliente meu tirar uma foto dessa placa para mandar para o Peter Norton como prova), com 4mb de memória e HD de 80mb, o Harley tinha um 486dx2 80 com 8mb de memória e 210mb de HD. Eu tinha comprado um cabo tipo null-modem assim podíamos conectar nossos micros e jogar a vontade. Não morávamos tão perto assim, por isso tinha que transportar meu micro até a casa dele, o que não era problema pois a mãe dele sempre ia nos buscar onde quer que estivéssemos. Não fazia isso no meu apartamento por causa do vizinho de cima que ficava enchendo o saco. Esses micros por várias vezes serviram como uma certa desculpa para o excesso de barulho no quarto para esconder nossas conversas. Enfiamos meu computador no porta malas do carro e fomos para a casa do Harley. Já tinha dado uma idéia de onde ele morava, agora vou dar a idéia do quarto dele. Imagine um cubículo de 2,5 por 4 tendo uma cama de casal com uma pequena cama por baixo, uma escrivaninha, aparelho de som, TV, videocassete, microcomputador, vários trecos e um guarda-roupa (que graças a deus era embutido). Era incrível que uma vez dormirmos em quatro numa noitada de Deathmatch. Mas nessa noite éramos só dois e mais tarde três. Ligamos os micros juntos enquanto esperávamos a terceira pessoa. Como sempre acontecia, eu estava dando um vareio de pau no Harley, mas nesse dia ele estava pior que o normal. Parecia que ele estava jogando Quake III só com um joystick de 2 botões. Entendi claramente, o motivo. E o motivo apareceu já eram 3 da manhã.
Acho que um dos sonhos mais antigos do homem é ser sempre jovem e bonito e viver para sempre. Todos sabemos que isso tem um preço, normalmente em dinheiro, mas as vezes, isso pode custar mais do que isso, pode nos custar nossa paz.
Quando falam para mim em vender a alma ao diabo eu não acredito, pois não acredito em demônios, apenas espíritos mal intencionados. Mas podemos entregar a nossa paz de espírito e nossa felicidade ao conseguirmos algo que muito desejamos.
Eu sou paulista, morava em São Bernardo do Campo, agora moro no interior do Rio Grande do Sul. Tive o tipo de vida de um jovem que vivia buscando achar chifre em cabeça de cavalo, brincava em cemitérios, fazia o jogo do copo, provocava espíritos, etc... . No final me tornei um para-raio-de-zica (sei que a gíria é meio antiga mas significa pessoa em que tudo pode acontecer de errado). Comecei a presenciar fatos muito estranhos e muitas coisas me aconteceram desde então. Mas contar todos esses relatos apenas me faria perder tempo e levaria semanas para poder contá-los e catalogá-los. Dentre todos isso resolvi me ater a este relato, apenas um momento.
Na época em que tudo começou eu tinha 22 anos e havia acabado de me separar de minha ex-esposa, andava numa depressão terrível, para minha sorte tinha conseguido um grande amigo e irmão, cujo o nome real omitirei e passarei a chamá-lo Harley. O Harley era um tipo meio doido, meio gótico, meio cyberpunk, ou seja alguém muito divertido. Seu assunto predileto era vampiros, lia e assistia tudo o que havia sobre eles. Eu dava risada de suas idéias, afinal como ex-casado e pai havia amadurecido (mais ou menos) e já nem tinha muita conta de minhas idéias de juventude, mas me via no Harley que na época tinha 18 anos, riamos muito. A mãe dele era uma pessoa excepcional, quando ela sabia que eu ia para a casa deles ela sempre preparava algo que eu gostava, strogonoff, pizza, arroz de forno e outras coisas deliciosas. O pai era um carrasco que não valia nada, depois que se aposentara virará uma ameba grudada no sofá, nem vou perder tempo falando dele. A irmã, uma pentelha de treze anos adorável, adorava ela, era uma gracinha também, ela e o Harley viviam brigando mas se adoravam, hoje ela é casada e tem uma filhinha.
Porque escrevi isso tudo? Queria que vocês vissem que era uma família como qualquer outra, sem grandes problemas, viviam abastadamente com a aposentadoria do pai do Harley. Mas dentro da cabeça dele, isso era mais um motivo de fuga, como muitos adolescentes de família abastada. Então ele queria ser algo diferente. Por isso que ele gostava de vampiros, pois ele achava que vampiros podiam ser tudo o que quisessem.
Tudo começou numa bela noite, estava me preparando para ir pra casa quando o Harley apareceu no serviço, com um baita sorriso no rosto indicando que algo muito interessante tinha acontecido. Já estava acostumado com isso. Ele me chamou para jantarmos fora e conversarmos. Fomos andando para o restaurante e ele quis começar a me contar, eu parei ele e falei para me contar após a janta, assim ele teria tempo para relaxar e contar com mais detalhes. Como librianos nós somos 8 ou 80 se contamos de momento não contamos quase nada mas se contamos com calma somos extremamente detalhistas. Então, num bom restaurante italiano, jantamos, tomamos vinho, contamos algumas piadas para descontrair e voltamos para meu apartamento. A noite estava agradável, como morava no térreo eu tinha direito a um quintal no fundo do meu apê, saímos para fora e eu acendi um cigarro. Só saí para fora pois minha irmã que morava comigo na época odiava o cheiro de cigarros, a nojenta fumava mas só escondida. Ficamos ali sentados em cadeiras de praia, tomamos umas cervejas, enquanto isso Harley começou a me contar o ocorrido.
H- Tio, - era assim que nós nos chamávamos quando queríamos atenção - aconteceu uma coisa essa madrugada comigo. Você não vai acreditar. Eu conheci um vampiro!
Conhecendo os devaneios do Harley eu já imaginei que vinha merda ou mais uma de suas histórias absurdas. Ele era fissurado em vampiros, tinha comprado tudo quanto era revista, livro, cards, rpgs e o caramba a quatro. Vivia tentando uma forma de contatar eles. Pra mim eu dizia que ele estava era perdendo tempo, que vampiros era tudo besteira. O quanto eu me enganei...
E- Tá bom, era homem ou mulher?
H- Homem...
E- Hiiii tio, agora tá apelando até para macho?
H- Cara, não tô brincando!
E- Sei...
H- Sério mesmo... Você precisava ver - nesse momento senti que ele dizia a verdade, a cara dele ficou parecendo um pimentão de tão nervoso - O cara apareceu no meu apartamento e falou comigo, disse que voltaria hoje a noite. Cara não sei o que fazer...
E- O que ele falou?
H- Ele disse que eu tinha algo que ele e outros queriam...
E- Nossa você tem tanto sangue assim?
H- Não brinca tio, ele disse que precisava do meu sangue, mas não para se alimentar.
E- E ele levou algum sangue seu?
H- Não, ele parece ter escutado algo, disse que voltaria hoje a noite e se mandou...
E- E como ele apareceu no seu quarto, névoa, aparição, teletransporte?
H- Ele pulou...
E- Como assim?
H- Ele pulou até minha janela!
Fiquei seriamente intrigado pois o Harley morava no quarto andar de um pequeno conjunto de edificações baixas, um condomínio fechado, com muros altos, segurança, porteiro, etc. ...
E- Ele simplesmente pulou, não voou pela janela ou algo assim?
H- Isso, ele pulou, acho que não sabe voar. Cara foi incrível! Na hora que ele foi embora ele pulou da minha janela, correu pelo pátio parecendo um jato e pulou o muro do condomínio sem por as mãos! Tio foi demais!
E- E como ele era?
H- Bem para dizer a verdade eu não lembro direito, lembro que era alto, cabelos castanhos curtos, magro, sei lá o que mais, pareceu normal para mim.
E- Pense um pouco, boca, cor dos olhos, algo mais que possa identificar ele.
H- Sei lá, quando vi ele no meu quarto fiquei tão nervoso que nem lembrei de olhar direito para ele.
E- Que tipo de roupa ele estava?
H- Um sobretudo jeans parecido com o seu (na época eu tinha um sobretudo jeans preto lindaço), uma blusa gola alta, calça jeans azul marinho.
E- Não vinha com uma capa vermelha, fraque, nada disso?
H- Para com isso tio, eu não estou brincando - de novo ele ficando vermelho.
E- Tá bom, eu parei, mas me diz o que mais ele te disse?
H- Foi só isso...
E- Só?
H- É só...
E- Você disse que ele volta hoje...
H- Isso.
E- E o que nós estamos fazendo aqui?
H- Ele só vem mais tarde, ele disse que tem muitos afazeres, não pode me encontrar muito cedo.
E- Isso você não tinha me dito...
H- Esqueci...
Com isso pedi para ele para encerrarmos esse assunto pois tinha escutado minha irmã chegar da rua. Ela trabalhava no fórum criminal, mas sempre dava uma esticadinha com o pessoal do serviço as sextas, mesmo sendo uma sexta ela estranhamente tinha voltado mais cedo. Eram 0 horas, ela chegou, saiu pro quintal, reclamou das cinzas de cigarro e disse que se eu tivesse fumado dentro de casa a gente ia brigar, blá, blá, blá, nos cumprimentou e foi para o quarto, depois fiquei sabendo que ela tinha brigado com o namorado, mas isso não vem ao caso. Eu e o Harley ficamos trocando mais umas idéias sobre informática. Eu sou um clippeiro das antigas, antes de começar a compilar meus programas com o Summer 87 já fazia meus códigos com o dBase e as vezes eu e o Harley trocávamos idéias sobre programas, linguagens, mas principalmente nossas guerrinhas de Deathmatch com o Doom. Eu tinha um raro 486dlc Intel (RapidCAD) com co-processador Weitek (por isso era raro, até segundo a Bíblia dos Programadores o processador Rapidcad não existiu, mas um dia ainda vou num cliente meu tirar uma foto dessa placa para mandar para o Peter Norton como prova), com 4mb de memória e HD de 80mb, o Harley tinha um 486dx2 80 com 8mb de memória e 210mb de HD. Eu tinha comprado um cabo tipo null-modem assim podíamos conectar nossos micros e jogar a vontade. Não morávamos tão perto assim, por isso tinha que transportar meu micro até a casa dele, o que não era problema pois a mãe dele sempre ia nos buscar onde quer que estivéssemos. Não fazia isso no meu apartamento por causa do vizinho de cima que ficava enchendo o saco. Esses micros por várias vezes serviram como uma certa desculpa para o excesso de barulho no quarto para esconder nossas conversas. Enfiamos meu computador no porta malas do carro e fomos para a casa do Harley. Já tinha dado uma idéia de onde ele morava, agora vou dar a idéia do quarto dele. Imagine um cubículo de 2,5 por 4 tendo uma cama de casal com uma pequena cama por baixo, uma escrivaninha, aparelho de som, TV, videocassete, microcomputador, vários trecos e um guarda-roupa (que graças a deus era embutido). Era incrível que uma vez dormirmos em quatro numa noitada de Deathmatch. Mas nessa noite éramos só dois e mais tarde três. Ligamos os micros juntos enquanto esperávamos a terceira pessoa. Como sempre acontecia, eu estava dando um vareio de pau no Harley, mas nesse dia ele estava pior que o normal. Parecia que ele estava jogando Quake III só com um joystick de 2 botões. Entendi claramente, o motivo. E o motivo apareceu já eram 3 da manhã.
É gozado como o tempo passa rápido quando estamos nos divertindo e devagar quando estamos preocupados. Aquelas horas de espera pareceram séculos. Mas enfim ele chegou. Fiquei cuidando pela janela o tempo todo. Notei quando ele pulou o muro lateral e passou pelo pátio parecendo um foguete, usava as sombras como um escudo, de repente o impulso, o pulo e ele já estava na borda da janela. Sai de lado, escondendo meu spray. Ele entrou pela janela, fungou, me olhou de cara feia mas ficou quieto. Ele sentiu meu cheiro de alho (mesmo sem ser vampiro eu também estava sentindo). Meus instintos estavam certos, vampiros não gostam de alho! O porque ficou explicado depois.
Notei seus olhos, eles pareceram me confortar. Conforto até demais! Ele estava tentando me hipnotizar! Relutante desviei os olhos e a sensação passou, estranhei o Harley não ser afetado por essa hipnose. Mantive meus olhos desviados do dele, mas cuidando outras partes, isso me ajudou a pensar claramente. Da primeira vez minha mente pareceu enevoada. Durante a tarde pedi ao Harley que ficasse quieto e deixasse eu conduzir um batalhão de perguntas. Ele ficaria de retaguarda caso não conseguisse usar meu spray, tá certo que poderia me atingir, mas dos males o pior.
E- Pois bem rapaz, ontem você escapou, mas agora você vai ter que nos fornecer mais informações.
R- Poderia falar olhando para o lado, seu bafo tá de matar!
E- Se não aguenta o tranco, é melhor desistir.
R- Então não se incomode se eu ficar perto da janela para poder respirar melhor.
E- Pensei que vampiros não precisassem respirar.
R- E não respiramos no sentido exato da palavra. Na maior parte das vezes aspiramos o ar para sentir melhor os cheiros, respiramos no sentido de precisar de oxigênio pouquíssimas vezes, posso segurar meu fôlego por horas, mas seu cheiro invade meu nariz e me irrita.
E- Porque?
R- O alho é mortal para nós.
E- Quero saber quem são vocês, e o que você quer?
R- Pra isso preciso te contar o que somos e como surgimos.
E- Então comece!
R- Bem... - ele fez uma pausa levantando os olhos pra cima, relembrando informações antigas - Os primeiros vampiros surgiram muito antes do homem. Havia uma colônia de extração na terra...
E- Peraí! Colônia de extração, uma civilização anterior ao homem?
R- Não tenho muito tempo para interrupções. Se puder ficar quieto...
E- Esqueça, vou perguntar o que quiser!
R- Pois bem - ele me olhou parecendo uma fera, mas resignou-se - era muito anterior ao homem, eles extraiam materiais diversos, metais especiais, materiais radioativos, matéria orgânica, todo tipo de coisa para usarem em suas naves.
E- Tá bem, ET...fone...home. Como vou acreditar nisso?
R- Já reparou em muitos metais que existem em quantidade em outros planetas e que quase não existem na terra? Até a Lua é mais rica em metais nobres do que a Terra.
H- Continua! - meu amigo estava tão quieto que quando falou excitado quase tive um ataque cardíaco, o que não seria difícil com as doses de alho e café que eu tomei.
R- Pois bem, eles vieram a Terra porque seu gêmeo mais avançado tinha preferido destruir tudo a cair sob domínio desse povo. Eles iniciaram o processo de evolução da raça primata para que tivessem cérebro suficiente para serem controlados, mas serem burros demais para poderem se rebelar. Durante uma viagem ocorreu um acidente. A nave deles passou por algo que deveria ser uma nuvem inofensiva, mas eram restos de um choque entre um planeta e um cometa. Isso tinha retirado do planeta algumas formas de vida primordiais, um vírus que estava congelado. Ao entrar na atmosfera da terra ele foi liberado. Inicialmente não se teve nenhum problema pois esse vírus era fraco e precisava entrar em contato direto com os fluídos corporais internos para entrar em ação. Acho que algum ser desse povo deve ter se cortado, ou havia algum machucado enquanto estava mexendo na parte exterior da nave. E iniciou assim um processo de alteração do DNA dele, o que ocorreu foi que ele matou todos os seus, e começou a esperar novas naves chegarem. Enquanto isso se alimentava dos escravos. Até que um dia, pararam as naves, acho que ficaram com medo daquele planeta onde as naves sumiam. Então ele começou a exterminar mais ainda os escravos. O que ele não sabia é que uma parte da civilização destruída anteriormente em Marte tinha sobrevivido na Terra e eles conseguiram matá-lo. Talvez por um costume místico, tomaram o sangue dele. Iniciou-se assim uma raça de vampiros primordiais. Eles pareceram morrer, mas na verdade eles entraram num estado similar a catalepsia, era um tempo que o corpo precisava para se adaptar ao novo DNA, depois reviveram mais fortes. Os escravos eram burros mas viram o mestre ser destruído e seu sangue bebido, os primordiais morrerem e reviverem, era meio óbvio que o sangue do mestre era poderoso, alguns deles tentaram lamber o resto do sangue, mas só conseguiram ficar mais bestiais e sentindo dores horríveis.
E- Quer dizer que desse cara surgiram os primeiros vampiros e os primeiros lobisomens?
R- Isso mesmo - nesse momento o Harley arregalou os olhos como se tivesse acordando de um sonho ruim - Mas ocorreu um problema, esses lobisomens começaram a atacar os primordiais. Os primordiais eram mais inteligentes, mas os lobisomens ficaram mais numerosos e eram mais fortes. Quase dizimaram os primordiais, sobraram muito poucos deles, apenas 10, então esses se trancaram em uma pirâmide pouco maior que uma boa casa e detonaram tudo em volta, praticamente liquidando todos os lobisomens. Os poucos lobisomens que sobraram não faziam mal nenhum, estavam assustados demais para voltar a chegar perto da pirâmide e foram debandados. Mas a explosão selou todas as entradas e saídas dessa pirâmide, então eles ficaram emparedados vivos. Sentindo falta de sangue, eles tentaram suprir com toda forma de líquido e hormônio artificial, mas nada adiantava muito. Precisavam de fluídos naturais. Então eles se congelaram e ficaram esperando alguém que conseguisse abrir a porta. Nisso os dinossauros morreram, a raça bestial que sobrou dos exploradores desapareceu ou regrediu para formas mais primitivas, todos os vestígios de civilizações posteriores desapareceu. Mas novos seres reiniciaram a extração mineral na terra e iniciaram de novo o processo de evolução de seres da Terra para ajudar na mineração. Ensinaram a eles princípios de civilização e religião, para que os adorassem como deuses. Um dia ensinaram a eles a usar um tipo de laser, então durante as explorações humanas eles acharam aquela pirâmide e a abriram com o laser. O sistema de suporte vital dos primordiais descongelou e libertou eles. Quando eles saíram de dentro da pirâmide foi como se um deus viesse até eles. - estava começando a entender o porquê dos egípcios acreditarem no poder das pirâmides - Durante um tempo tudo estava bem, eles exigiam sacrifícios, bebiam o sangue, se alimentavam e ficava tudo jóia. Mas um dia os últimos exploradores vieram ver como andava sua criação e não gostou daquela turma tomando o lugar deles, e ainda por cima matando algo que era como filhos deles. Resultado os primordiais foram quase dizimados de novo. Sobraram apenas dois deles. Sabendo que o sangue primordial criaria novos vampiros, tentaram formar um exército de seres fortes para derrubar os colonizadores. Mas foram rechaçados. E esses vampiros que vamos chamar de segunda geração foram quase dizimados, os poucos que sobraram foram dispersos. Desde então os primordiais viviam se escondendo de tudo e de todos com medo dos colonizadores. Os de segunda geração acabaram criando seguidores de terceira geração, os de terceira geração as vezes geravam de um quarta geração, mas na maior parte das vezes eles viravam zumbis, seres sem cérebro mas com só um desejo na cabeça, sangue e carne. Não existe quinta geração, depois da quarta geração o vírus já esta tão modificado que quando altera o DNA do corpo só sobra uma geléia disforme que acaba evaporando ou sendo sugada pela terra.
E- Se o que gerou vocês é um vírus porque o medo de alho, cruzes, estacas?
R- Bem, o alho é um poderoso anti-viral, além de depurador do sangue e regulador de pressão. Esses três fatores são mortais para nós. Só o cheiro já irrita nossas mucosas. As estacas só servem se forem feitas de eucalipto ou de certas madeiras com poderes curativos, podem ter um efeito fatal sobre nós, ou apenas nos por para dormir. E quanto as cruzes, bem antigamente as cruzes eram feitas ou com prata ou com madeiras resinosas. Como disse certas madeiras e ervas nos são mortais. A prata causa em nós algo como uma reação alérgica, em contato com nossos fluídos ocorre uma reação que gera nitrato de prata, além de alguns produtos mais perigosos, inclusive alguns explosivos. Não chegamos a explodir voando carne para todos os lados, mas isso nos destrói por dentro se chegar a atingir nossa corrente sanguínea.
H- Mas como isso pode se espalhar, seu coração bate?
R- Nenhum coração de vampiro bate normalmente, mas o sangue circula por causa de um movimento que nossas veias fazem, é bem mais eficiente que o simples pulsar do coração. Inclusive ajuda na longevidade, pois se o corpo é irrigado de maneira igualada e contínua sofre menos estresse ou falta de oxigênio. Com isso nosso corpo aproveita melhor o oxigênio dos pulmões.
E- Mas o que envelhece o corpo é justamente a destruição das células cerebrais causadas pela oxidação dos radicais livres.
R- Como disse, como respiramos menos envelhecemos menos também e dependendo da geração o vírus pode nos dar uma capacidade de regeneração, inclusive das células cerebrais. Mas os de terceira e quarta geração não tem essa capacidade, apenas vivem mais que uma pessoa normal.
H- Qual é a sua geração?
R- Terceira.
Olhei pela janela, vi uma ex-namorada do Harley do lado de fora passeando com o cachorro, um baita frio e ela só de shortinho e top. Ela adorava fazer aquilo, ela sabia que o Harley ficava até tarde acordado e tentava ver se provocava ele. Uma cena ridícula, mas o "cachorrinho" dela me fez lembrar.
E- Como vocês são tão fortes?
R- Máximo aproveitamento muscular e nervoso. Nossos reflexos, sentidos e forças não sofrem bloqueios do cérebro como vocês. Vemos melhor, reagimos melhor, ficamos mais fortes e rápidos. Mas me permita fazer uma pergunta, você não é um vampiro então de onde veio aquela força ontem?
E- Digamos que sou bem forte quando quero.
R- Eu venho respondendo todas as suas perguntas.
E- E você precisa do Harley. E só através de mim você chega a ele. Quantos anos você tem?
R- Parei de contar nos 300.
E- Você disse que envelhece, qual a taxa de envelhecimento dos vampiros?
R- Os primordiais não mostravam o menor sinal de envelhecimento. Os segunda geração envelhecem na taxa de um ano para cada 300 ou 200, os terceira 1 para 30, os quarta 1 para 10, os zumbis envelhecem e morrem em alguns dias.
E- Como você sabe disso tudo?
R- Isso foi durante a Segunda Grande Guerra, os alemães caçavam judeus, homossexuais e vampiros. Os primeiros para morrer, nós para escravos. Eles chegaram a capturar muitos de nós, mas os aliados dos americanos descobriram e armaram um estratagema. Eles forçaram os alemães a nos levar para os japoneses, que eram aliados da Alemanha, fomos distribuídos em dois campos de concentrações, um em Hiroshima e outro em Nagasaki.
E- Tá pula essa parte que eu já entendi. Cabum. Continua no após!
R- Bem eu consegui escapar com um segunda geração, ele já tinha mais de 20000 anos, estava bem velho, mas estava ativo. Ele tinha participado da guerra dos primordiais com os colonizadores. E conhecia toda a história. Antes de ser preso pelos alemães ele era servo de um dos dois últimos primordiais. Segundo o que ele me disse, os dois últimos morreram também, um no momento em que ele fora capturado. O outro tinha morrido durante a época medieval, seu castelo fora queimado durante a Inquisição. Ele não conseguiu fugir pois os inquisidores tinham dado a ele uma pessoa que fora envenenada com curare. Ele queimou vivo, sem poder se mexer. Os alemães destruíram quase todos os vampiros na face da terra devemos ser um máximo de 100 hoje em dia. Foram tantos mortos em épocas antigas que nos obrigou a nos escondermos, sermos discretos e não tornamos ninguém vampiro sem acharmos realmente necessário. Pode ser muito perigoso chamar muito a atenção.
E- E porque sangue?
R- Hormônios. Nem precisa ser sangue humano, mas ele nos sustenta por mais tempo. Mas não precisa ser sangue colhido na hora, podemos roubar alguns do banco de sangue. Pegamos muitos dos sangues descartados pelo pessoal do banco, afinal de contas as doenças humanas não nos afetam.
H- O Conde Drácula era um primordial?
R- Nem perto, era um quarta geração, quase não vira zumbi. Por isso ele era louco, gritava que via demônios, que fizera um pacto com Satanás, etc. . É que conforme a geração os impulsos são mais difíceis de controlar.
E- Agora entendo...
R- Ele conheceu um de nós e prometeu mundos e fundos para transformar ele em vampiro. Ainda bem que foi destruído, era muito bandeiroso.
H- E o tal de Van Helsing?
R- Ele era um filho de vampiro, após uma luta com um vampiro de segunda ele foi contaminado e ganhou algumas das capacidades que nós temos, sem precisar de sangue, mas seus pais foram mortos. Desde então ele caçou muitos de nós, até morrer. Parece que ele andou treinando alguns rapazes na arte de caça a vampiro, mas nunca encontrei nenhum deles.
H- E os poderes sobrenaturais dos vampiros.
R- Bem, isso ocorre quando o vampiro é bem velho e sabe bem usar poderes mentais, mas a maioria é adepto do ilusionismo, e temos bastante tempo para estudarmos isso.
E- E o medo de igrejas, viver em caixões, o sol?
R- Bem quanto a igrejas era mais por causa dos bancos de madeira de eucalipto, mas pelo contrario eu adoro igrejas, acho-as lindas. Quanto aos caixões é que antigamente não haviam boas casas que vedassem completamente a luz. E as vezes durante o transporte tínhamos que nos proteger do sol.
H- Então vocês temem o sol?
R- Bem temer não tememos, mas é que nossa pele tem baixo índice de proteção solar, e basta alguns segundos de exposição ao ultravioleta para nos causar pequenas queimaduras, alguns minutos torramos nossa pele, algumas horas viramos pó. Os de primeira e segunda geração podem aguentar mais tempo pois eles podem recompor completamente partes perdidas do corpo. Mas nós temos que usar filtros solares fator 45 durante o dia e roupas pesadas também. Por isso nunca saímos de dia no verão e por isso evitávamos os países tropicais, sempre preferíamos os temperados. Mas devido a caça isso mudou tudo, nos dispersamos pelo mundo. Mas felizmente um louco de quarta geração descobriu um segredo e mudou nossa vida.
E- O que ele descobriu?
R- Sinto muito mas tenho que ir embora, eu moro longe e não quero arriscar que o sol me pegue de surpresa. Volto daqui 9 dias.
H- Porque 9 dias?
R- É que durante a lua cheia o vírus fica mais ativo e tenho que me alimentar mais frequente. Não quero arriscar com vocês.
E- Antes de sair me diga uma coisa como você sabia que eu não era vampiro ou não tenho nada de vampiro?
R- Feromônios. Todos os vampiros exalam em grande quantidade o que serve como atrativo sexual, ajuda a ganhar a mulherada.
E- O.k., mas espere um pouco, não podemos continuar nos encontrando aqui, pode acabar dando bode. Você vê aquela praça ali pela janela? Pois bem daqui nove dias esperaremos lá.
R- Tudo bem
Ele pula pela janela, cai feito um gato, sem fazer barulho e pula pelo muro. Do lado de fora passa de novo a ex. do Harley com o cachorro. Nesse momento vi uma cena nas mais lindas. O Roberto reduz a velocidade e corre rindo a frente, o "cãozinho" da ex. atrás e a ex. sendo arrastada numa verdadeira sessão de ski-dog. Eu e o Harley rimos descontraídamente nos sentindo ótimos. Isso ajudou a reduzir a tensão daquele dia. No outro dia soubemos que a ex. destroncara o pulso e estava cheia de hematomas e arranhões. Ela tinha prendido o pulso na enforcadeira e não conseguira se soltar. Ela nem chegou a notar direito o Roberto. Desde esse dia nunca mais ela tentou provocar meu amigo.
Aqui resolvi por uma nota de pós produção. Eu assisti no Intercine da Globo um filme chamado Doce Vampira (nome original em inglês Nightlife), no filme se dizia que um dos principais hormônios que os vampiros precisavam era a epinefrina. Analisando tudo o que eu aprendi com o Roberto percebi toda a razão do filme. A epinefrina age como uma droga no organismo. Ela aparece em momentos especiais no corpo, medo, sexo, exercícios físicos, etc.. O ser humano se vicia nela por isso de algumas pessoas serem viciadas em medo, sexo e exercícios. No caso dos vampiros isso também poderia ser um fator viciante em alguns deles, mas não essencial como dizia no filme. Fazendo com que eles forçassem as estimulações de epinefrina no corpo. E a falta dela poderia tornar eles mais violentos. Também citou o vírus que criava os vampiros e sua falta de proteção a luz ultravioleta. Também citou sua falta de problema com Igrejas e obras de arte católicas. O filme Blade estranhamente cita também o vírus, a prata, alho e ultravioleta. Pelos número de fatos que são citados em ambos os filmes eu acredito que ambos os escritores tenham conhecido algum vampiro em suas vidas ou até mesmo sejam um deles.
Aqueles foram longos 9 dias. Ao nono dia pedimos ajuda a um colega, o Sinclair, ele pegou uma pequena balista, nós compramos nitrato de prata na farmácia de manipulação local e preparamos cada seta colocando o nitrato de prata dentro. Comi um macarrão ao alho e...
2 comentários:
Fascinante!
Histórias sobre vampiros são sempre interessantes.
Adorei conhecer seu blog, já estou seguindo!
Tenha uma ótima tarde,
Um grande abraço.
awnt! obg...
Postar um comentário