quarta-feira, 25 de julho de 2012
Vampiros: O Inicio
O sábado à noite, sempre muito frio nos meses de junho. Uma névoa já estava tornando-se intensa e cobrindo as luzes da rua.
Muitos jovens, na maioria vestida com camisas de bandas, calças e jaquetas de couro, vestidos longos, aguardavam do lado de fora em uma pequena fila antes de o Hells Bells abrir. Alguns com latas de cerveja na mão, outros com um copo de plástico bebiam vodka, uísque com energético, alguns em turmas, outros sozinhos.
Para entrar no bar, tinha-se que passar por uma porta de madeira alta aonde se chegava a uma espécie de ante-sala. Eram todos obrigados a apresentar um documento à recepcionista, que anotava o número, entregava uma comanda e somente depois eram liberados para entrar.
A decoração lá dentro era rústica. Paredes com a tinta descascada, algumas partes sem reboco, deixando aparecer tijolos antigos, grandes, que não são mais fabricados, revelam a idade da locação do bar. Pôsteres de filmes como Drácula de Bran Stoker, Nosferatu, Drácula 2000 eram comumente encontrados pelas paredes.
A iluminação era feita por um grande candelabro no centro do teto, onde havia luzes bem fracas, alem das velas em cada mesa deixavam o local em uma penumbra aconchegante.
À esquerda via-se um palco. Uma guitarra e um baixo encostados em uma grande caixa de som. Um roadie estava em cima do palco puxando fios, correndo de um lado para outro, acertando alguns detalhes enquanto outro, sentado na bateria, acertava alguns detalhes, para a banda “Maskerade” tocar.
À direita, havia o bar onde, na parede do fundo ficava uma espécie de cristaleira, que ia do chão, subindo por um metro e meio formando um armário e um balcão de meio metro de largura, depois portas de vidro mostravam várias marcas de cerveja do mundo todo e mais no alto, muitas garrafas de vinhos, uísques, vodkas, como uma coleção particular do dono do local. Duas garotas e um rapaz se movimentavam lá dentro tentando atender aos pedidos do público que a cada minuto aumentava mais. Alguns se sentavam nas banquetas em volta do bar, outros conversavam em pé mesmo, recostados na bancada.
Passando por este balcão, notava-se uma entrada de uma espécie de camarim, onde os músicos a se apresentarem se preparavam. Em frente a esta entrada, ficava um segurança, evitando que pessoas curiosas pudessem adentrar o recinto que somente separava-se do bar por uma cortina de veludo vermelho sangue que, do chão ao teto media dois metros e meio. Podia-se notar movimentação lá dentro, pela luz que escapava da fresta da cortina.
Acima da porta de entrada, bem no alto, às costas de quem entrava, havia um grande telão, que estava exibindo um clipe da banda Type O Negative. Alguns apreciavam a música “Christian Woman”, de pé em frente ao telão enquanto outros sentados por mesas espalhadas pelo bar, simplesmente fumavam, bebiam, conversavam, riam…
Seguindo em frente havia a escada que levava para uma espécie de “camarote” que rodeava o bar. As mesas tinham a armação ferro rústico e adornado, aparentando exatamente a idade que tinham, mas ainda muito bem conservadas devido à delicadeza e destreza que eram feitos os objetos antigos, completadas com uma peça de vidro acima desta, iluminadas também por velas colocadas em um castiçal de prata sob as mesas decoravam e iluminavam o local.
Em um canto duas figuras conversam. Um rapaz alto, cabelos castanhos ondulados caídos ao ombro, cobriam a lapela do sobretudo. Este, com um copo alto de cristal muito fino delicia-se com a bebida enquanto o outro, também com uma boa estatura, mas de cabelos curtos, jaqueta de couro, anéis de prata e um com um símbolo de um dragão brilhava em sua mão enquanto, recostado na cadeira, tragava o cigarro, pensativo…
(Continua…)
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